8 de janeiro de 2016

Cosmovisão Reformada (3/3)



REDENÇÃO

A restauração da criação exigirá um trabalho inspirado pelo Espírito Santo de construção de instituições de cuidado e de hábitos revitalizantes.

Que amor é esse que assume tais riscos?

O Deus do pacto de Israel e Pai de Jesus Cristo é um Criador pródigo e inventivo, que – no que pode nos parecer quase loucura – confiou o cuidado e o desenvolvimento1 da criação a nós, Suas criaturas, comissionadas como portadoras de Sua imagem.

Comissionados e dotados de forma a cumprir essa missão de cultivo da imagem de Deus, nós trabalhamos e descansamos, fazemos amor e arte, cultivamos a terra e transformamos seu fruto no pão nosso de cada dia ao mesmo tempo em que concretizamos nossos sonhos mais extravagantes em catedrais e arranha-céus. Essa criação da cultura de portador da imagem [de Deus] será mais frutífera quando tomar para si a responsabilidade do grão do universo – isto é, quando nosso trabalho e lazer forem semeados nos “sulcos” das normas vivificantes de Deus. 

Portanto, a criação vem acompanhada de uma missão e uma vocação. Sermos portadores da imagem de Deus é uma tarefa e uma responsabilidade confiada às criaturas. Se Deus criou a partir do e para o amor, então Ele também nos criou com o convite para amar o mundo e, desse modo, promover o seu – e o nosso – florescimento.

Contudo…

Nós confessamos – e muito frequentemente experienciamos – uma ruptura nessa alegre visão do amor criativo. Embora o amor auto-sacrificial de Deus nos tenha confiado o cuidado e cultivo de Sua criação, a humanidade tomou posse disso como se fosse um direito seu, ao invés de recebê-lo como uma dádiva. Dessa forma, nossa missão de desenvolver o potencial latente na criação acabou assumindo a forma de um invencionismo irrestrito ao invés da co-criação normatizada. Embora esse impulso criacional pela poeisis2 não poderia ser suprimido ou apagado, o bom impulso criacional de fazer foi distorcido e mau direcionado: ao invés de fazer amor, fizemos guerra (e mesmo agora quando fazemos amor, estamos propensos a fazê-lo de formas que vão contra aquilo que é, de fato, bom para nós). Longe de cultivarmos a terra, nós criamos sistemas inteiros que a espoliam avidamente. Longe da criação normatizada, a humanidade se encontra propensa à transgressão licenciosa. Falhamos em conduzir adiante a missão que fora confiada a nós como portadores da imagem de Deus.  

Mas ainda assim…

Nosso bom Criador não nos abandonou aos nossos próprios planos. Apesar de termos rompido a plenitude do amor criativo, nosso Deus complacente também rompeu nosso céu de bronze, juntamente com nosso desejo de nos fecharmos na imanência, ao manifestar-Se na carne – a nossa carne – como a imagem do Deus invisível. Jesus de Nazaré apresentou-Se como o segundo Adão, sendo nosso modelo daquilo que significa cumprir a missão original de cultivo da imagem [de Deus]. A Palavra se fez carne, não para salvar nossas almas de um mundo caído, mas, sim, para nos restaurar como amantes deste mundo – para nos (re)habilitar a cumprir aquela comissão criativa. De fato, Deus nos salva para que – novamente, numa espécie de loucura divina3 – possamos salvar o mundo, para que possamos (re)fazer o mundo corretamente. E o amor redentor de Deus transborda em seus efeitos cósmicos, dando esperança à essa criação que geme em angústias.

Portanto, nossa redenção não é uma espécie de suplementação ao ser humano; na verdade, a redenção é o que possibilita que alguém seja realmente humano, e assim cumprir a missão que nos caracteriza como portadores da imagem de Deus. Irineu de Lyon apreende essa questão de forma sucinta: “A glória de Deus é um ser humano vivendo em plenitude”.4 A redenção não acrescenta descabidamente uma espécie de anexo espiritual, nem nos liberta da condição humana a fim de alcançarmos um estado angelical. Pelo contrário, a redenção é a restauração de nossa humanidade, e a nossa humanidade está inseparavelmente ligada à nossa missão de sermos os criadores de cultura, sendo co-criativos juntamente com Deus.

Embora a redenção de Deus seja cósmica, e não simplesmente antropocêntrica, não obstante, ela opera de acordo com aquele “escândalo” criacional original mediante o qual a humanidade é comissionada como embaixadora, e mesmo como co-criadora, para o bem do mundo. Agora, também por meio de um “escândalo”, nós somos comissionados como co- redentores.   

Embora não seja uma questão semelhante a: “salve a líder de torcida, salve o mundo”,5 a controversa economia da redenção, contudo, também não sugere: “salve a humanidade, salve o mundo”.

Uma das palavras utilizadas no Novo Testamento para se referir à salvação (soteria) traz consigo tanto a ideia de livramento e liberação quanto de saúde e bem-estar. Portanto, a salvação é libertação de nossa desordem e também restauração para a saúde e florescimento. Não consigo imaginar uma imagem melhor a esse respeito do que os tipos de práticas salutares que Wendell Berry apresenta e celebra em sua recente coleção intitulada “Bringing It To The Table: On Farming and Food”.6 Considere, por exemplo, o elogio que Berry faz aos agricultores Amish que vivem no nordeste do estado de Indiana, que estão “trabalhando para restaurar os solos que foram exauridos anteriormente por outras pessoas”. Esta é uma versão compacta de nosso chamado para redimirmos o mundo. Sistemas, instituições e práticas falharam crassamente em cuidar do solo (e dos animais que viviam dele), sugaram-no e espoliaram a terra sem restaurá-la. O erro – sim, o pecado – desses lucros ilícitos há de se revelar brevemente, pois tais sistemas e práticas vão contra o grão do universo. A própria criação nos diz que estamos fazendo as coisas de modo errado. Nesse caso, a redenção é tangível e concreta: a saber, na rotação de culturas, na fertilização do solo e na atenção àquilo que o solo “está querendo nos dizer”. O trabalho feito para se restaurar o solo exaurido está situado dentro de um estilo de vida – de fato, é um estilo de vida.

Graças sejam dadas a Deus, pois tal remissão, revitalização e labor cultural não estão apenas sob a responsabilidade dos cristãos. Embora a Igreja seja, de fato, o povo que foi regenerado e revestido de poder pelo Espírito Santo para as boas obras da criação da cultura, o antegosto da vinda do Reino não está confinado à Igreja. O Espírito Santo é pródigo em espalhar sementes de esperança.7 Assim, nós experimentamos avidamente antegostos onde quer que encontremos essas sementes. O Deus criador e redentor apresentado nas Escrituras tem prazer na literatura judaica que alcança as profundezas do potencial da linguagem, no mercado muçulmano que coloca em ação o grão do universo, e nos casamentos estruturados de agnósticos e ateus. Nós também podemos ter essa iniciativa de Deus e celebrar essas mesmas coisas.

Mas com o que a redenção se assemelha? Na maior parte das vezes, você a reconhece quando a vê, uma vez que ela é semelhante ao florescimento. A redenção é semelhante a uma vida bem vivida. É semelhante ao modo como as coisas deveriam ser de fato; é semelhante a um pomar bem cultivado, carregado de frutos produzidos por antigas raízes; é semelhante ao trabalho que edifica a alma e traz deleite; é semelhante a um marido e sua esposa, já anciãos, rindo de maneira hilária com seus bisnetos. É semelhante a uma bailarina que alonga seu corpo até o limite, encarnando, assim, uma estonteante beleza nos músculos e tendões que se retesam com devoção. É semelhante ao aluno de graduação debruçado sobre um microscópio, explorando nichos e recantos naquela microcriação engendrada por Deus, e, desse modo, buscando maneiras de desfazer a maldição. É semelhante à abundância para todos.  

A redenção soa como as surpreendentes cadências de um concerto de Bach, cujo ritmo parece fazer a alma se expandir. A redenção é semelhante a um escritório onde todos cantarolam com um senso de harmonia naquela missão, por vezes pontuado por risadas colaborativas. É semelhante aos grunhidos e gritos de um jogador de tênis, cujas técnicas “blistering serve” e “liquid forehand” são decretos8 de coisas que não poderíamos jamais sonhar. A redenção soa como as questões de uma aluna da terceira série, cujo professor se interessa suficientemente pelo seu bem-estar de modo a instigar sua curiosidade, dando espaço para uma curiosidade santificada a respeito deste mundo bom criado por Deus. E soa até mesmo como o debate espirituoso de um jovem casal que está discernindo quais as implicações do fato de que seu casamento é uma amizade que representa a comunidade que Deus deseja (e que Ele é).

A redenção cheira como o tom de carvalho de um vinho Chardonnay produzido no vale de Napa que nos dá anseios nas papilas gustativas. Cheira como a terra debaixo de nossas unhas após plantarmos peônias e gérberas. Cheira a uma cozinha de inverno, repleta de vapor, onde uma família reunida está se preparando para a ceia. Cheira à sabedoria ancestral de um livro herdado de um avô, ou àquele “cheiro de rua” que o cachorro da família rescende nos meados de Novembro. Cheira ao ato de ir de bicicleta ao trabalho numa manhã nevoenta de primavera. Cheira até mesmo à salgada pungência do trabalho duro e àquele singular leque de odores que banha o nascimento de uma criança.

A redenção tem o gosto de uma colheita de outono que deu frutos, não obstante o labor afetuoso e o cuidado atencioso para com o solo e a plantas. Tem o gosto de um peru do Dia de Ações de Graças, cuja “natureza própria de peru” ganha vida a partir de seu próprio deleite animal ao ar livre. A redenção tem gosto da deliciosa amargura do lúpulo de uma bebida compartilhada com os amigos de um pub da vizinhança. Tem até mesmo o gosto de comer seus brócolis porque sua mãe te ama o suficiente para querer que você se alimente bem.

Portanto, a redenção se assemelha à poesia corporal de Rafael Nadal e o sorriso de menino de Brett Favre numa noite agradável; soa como as amáveis risadas de Paul e Julia Child, e cheira à cozinha desta; a redenção reverbera como as profundas performances de Yo-Yo Ma em seu violoncelo; parece com o verso frenético da poesia de Auden ou o deleite vivo dos versos leves de Updike; é semelhante ao cuidado compassivo de Paul Farmer ou Madre Teresa. A redenção pode se manifestar de forma espetacular, fabulosa e (quase) triunfante.

Mas na maior parte do tempo, a redenção delegada pelo Espírito Santo é semelhante àquilo que Raymond Carver chama “um coisinha boa”.9 É semelhante ao nosso trabalho cotidiano bem-feito por amor, em ressonância com o desejo de Deus para Sua criação – contanto que nosso “trabalho pé-no-chão” esteja instalado como parte de uma contribuição para os sistemas e estruturas de desenvolvimento. A redenção é semelhante à realização de nosso dever de casa, ao preparar as merendeiras das crianças, à construção feita com qualidade e com a devoção de um artesão, e é também semelhante à elaboração de um orçamento municipal que discirna o que realmente importa e que, assim, contribui para o bem comum. Certamente que a redenção é o fim do apartheid, mas também as amizades, antes impossíveis, que foram forjadas nas circunstâncias que se seguiram. É um assento vago no ônibus para quem quer que seja,10 mas é também travar relações com meus vizinhos que são diferentes de mim. É nada menos do que tentar mudar o mundo, todavia isso começa em nossas casas, em nossas igrejas, em nossos bairros e escolas.

Não deveríamos ficar surpresos pelo fato de que a redenção nem sempre manifestar-se-á de modo triunfante. Se Jesus vem como o segundo Adão que molda o desenvolvimento da cultura redentiva, então, neste nosso mundo devastado, esse labor cultural apresentará uma forma cruciforme. Todavia, também assemelhar-se-á à esperança que tem fome da alegria e deleite [Jeremias 15:16].





NOTAS:

1. Deus nos confiou o desenvolvimento da criação para que pudéssemos explorar as potências latentes, enterradas pelo próprio Deus no seu mundo criado. É o que os neocalvinistas chamam de “Mandato Cultural”, baseado em Gênesis 1:28 e 2:17, e que se baseia na tarefa de trabalhar e desenvolver a cultura, visando a glória de Deus. Isso envolve a redenção da cultura, ciência, arte e intelecto, para que o Reino de Deus, que já está inaugurado mas não plenamente estabelecido, venha progressivamente se instaurar. Nas palavras de Von Gronigen: “O primeiro mandato que foi dado tem sido corretamente citado como sendo o mandato cultural. Era para o homem e a mulher exercitarem suas prerrogativas reais governando sobre o cosmos, desenvolvendo-o e simultaneamente mantendo-o. Todas as formas de vida na terra foram, de forma específica, colocadas sob a supervisão dos vice-gerentes humanos. Com esta responsabilidade, veio o privilégio de usar as plantas, seus frutos e sua semente para manter a vida e a energia para realizar as tarefas reais. A humanidade poderia responder obedientemente ao mandato cultural para a glória de Deus por causa da sua criação à imagem e semelhança de Deus. Deus, através da exposição deste mandato, colocou a humanidade em um relacionamento singular com o cosmos. Na realidade, foi um relacionamento de governador sobre o domínio cósmico. Mas este governo envolvia trabalho. O trabalho é, consequentemente, tanto um privilégio real como também uma responsabilidade.” (Gerard Van Groningen. In: Criação e Consumação, v. 1).
2. Poiesis (no original grego: ποιεσις), segundo o Dicionário Heidegger, de Michael Inwood, significa: “o fazer, fabricação, produção, poesia, poema’, que, por sua vez, vem de poiein, "fazer". Aristóteles distingue poiesis, "o fazer" – que essencialmente possui um produto final, um poeima – de praxis, "ação" – que não possui. (p. 144). Sendo assim, a poesis é a capacidade criativa inerente ao homem, que trabalha a partir de um material preexistente, seja físico ou não (como no caso do poema que trabalha com a linguagem), dando-lhe uma forma final que pode ser apreendida pelo intelecto, abstração ou tato humanos. Deus deu ao homem essa capacidade de co-criar juntamente com Ele, a partir dos materiais que Ele disponibilizou ao homem.
3. O termo “loucura” aqui utilizado trata-se, evidentemente, não de uma falta de reverência aos pensamentos e atitudes de Deus, mas, sim, de uma contraposição entre a Mente Divina e o bom senso humano, como o Apóstolo Paulo já havia dito: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Coríntios 1:25).
4. Essa afirmação (gloria Dei homo vivens) de um dos mais proeminentes Pais da Igreja pode, num primeiro momento, chocar os neófitos ou aqueles que não se aprofundaram ainda no estudo teológico. Contudo, o contexto e o sentido mais profundo nos leva a compreender a beleza e ortodoxia da frase: combatendo os gnósticos, que depreciavam a parte física da Criação, incluindo o corpo humano, Irineu se levanta para dizer que o homem coroa a Criação de Deus, já que foi criado à Sua imagem e semelhança. E não apenas isso, o próprio Deus assumiu a condição humana, fazendo-se carne e habitando entre nós. Portanto, a afirmação de que Cristo, o Filho, é a glória de Deus (O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, Hebreus 1:3) não contradiz a afirmação de Irineu; antes, a complementa, pois Cristo, o homem perfeito, reflete a imagem e semelhança de Deus também perfeitamente. Segue-se daí que por ter cumprido plenamente a vontade de Deus, e por ter expressado claramente o caráter de Deus, Jesus Cristo é o homem que viveu e vive em plenitude, sendo tudo aquilo que Deus planejou e pretendeu para o homem. Portanto, Cristo, o homem que vive plenamente (pois dEle procede a própria Vida), é a glória de Deus.
5. Referência ao seriado “Heroes”, no qual o personagem Hiro é avisado por seu “eu” do futuro de que a chave para a vitória dos heróis é “salvar a líder de torcida”. A frase “salve a líder de torcida, salve o mundo” torna-se, consequentemente o lema da série. A líder de torcida em questão é uma personagem que aparece posteriormente na narrativa, que também possui superpoderes. No texto em questão, o autor quer dizer que a economia da salvação, embora não seja limitada a apenas um indivíduo, também não se estende a toda humanidade, como postula o Arminianismo.
6. A expressão “bring something to the table” (literalmente, trazer algo à mesa) significa fornecer algo que há de trazer um benefício. O título do livro faz um jogo de palavras com a questão de uma alimentação e cultivo saudáveis e os benefícios decorrentes desses hábitos.
7. O autor faz menção à ideia de “sementes do Verbo” (logos spermatikoi), postulada por Justino, o Mártir, um dos pais apologistas. Esse grande filósofo cristão discorre em suas obras 1 e 2Apologia e Diálogo com o Judeu Trifão que há sementes da Verdade em várias culturas e povos, mesmo naqueles que não foram iluminados com a revelação plena manifesta em Jesus Cristo. Joseph Ratzinger, em seu livro Padres da Igreja, observa a respeito do pensamento de Justino: “o projeto divino da criação e da salvação [...] se realiza em Jesus Cristo, o Logos, isto é o Verbo eterno, a Razão eterna, a Razão criadora. Cada homem, como criatura racional, é partícipe do Logos, leva em si uma "semente", e pode colher os indícios da verdade. Assim o mesmo Logos, que se revelou como figura profética aos Judeus na Lei antiga, manifestou-se parcialmente, como que em "sementes de verdade", também na filosofia grega. Mas, conclui Justino, dado que o cristianismo é a manifestação histórica e pessoal do Logos na sua totalidade, origina-se que "tudo o que foi expresso de positivo por quem quer que seja, pertence a nós cristãos" (2 Apologia 13, 4).
8. Decretos são as normas estruturais moldadas e configuradas por Deus e que são a base mesma da existência dos entes. Sendo assim, cada ente possui uma lógica e estrutura interna criada e determinada por Deus – daí a sua harmonia e substancialidade. Deus plasmou o universo com Sua Lei, de modo que ela não apenas governa sobre os entes, mas também nestes entes. A vocação do indivíduo humano é a norma gravada em seu ser pelo poder de Deus. Se cumprirmos nossa vocação, não apenas nos tornamos quem Deus planejou que fossemos, mas também estamos em total harmonia com a normatização da criação original.
9. Nome de um conto de Raymond Carver.
10. Referência a Rosa Parks, uma costureira norte-americana que se tornou símbolo do movimento dos direitos civis dos negros dos Estados Unidos ao se recusar a ceder seu lugar no banco de um ônibus a um homem branco (que, naquela época segregacionista, tinham preferência sobre as pessoas negras), dando início, portanto, ao que ficou conhecido como “Boicote aos Ônibus de Montgomery”. Nessa parte do texto, o autor diz que a Redenção suprime essas barreiras (segregação étnica, social, política e cultural) criadas pelos efeitos do pecado na mente humana, pois o ensino bíblico é que “de um só sangue fez toda a geração dos homens” (Atos 17:26), e que todos, independentemente da cor de sua pele, condição social ou nacionalidade, foram criados à imagem e semelhança de Deus (Genêsis 1:27). Além disso, em Cristo, todos são reunidos em um só corpo chamado Igreja, na qual exercem funções primordiais e inseparáveis como membros, de forma que neste corpo místico “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28). 


O autor

Albert Wolters é professor emérito de religião e teologia / línguas clássicas na Redeemer University College. Serviu como membro sênior no Institute for Christian Studies em Toronto a partir de 1974-1984, obteve seu doutorado em filosofia pela Free University of Amsterdam, em 1972, autor do livro Creation Regained: Biblical Basics for a Reformational Worldview. Nascido na Holanda, em 1942, Wolters emigrou com os pais para o Canadá em 1948. Ele se formou no Calvin College em 1964, e lecionou na Redeemer University College 1984-2012.



Autor: James K.A. Smith
Fonte: CARDUS
Tradução: Fabrício Tavares
Via: Bereianos