25 de março de 2016

9 linhas de argumento em favor do Princípio Regulador do Culto


a) Argumento a partir dos Limites do Poder da Igreja (Bannerman defende bem este argumento)

Breve descrição do argumento: A igreja é uma instituição; instituída pelo mandamento positivo do Cristo ressuscitado, e autorizada por Ele a exigir obediência a Seus mandamentos e participação em Suas ordenanças. A Igreja não recebeu autoridade de exigir obediência a seus próprios mandamentos, e não recebeu qualquer autoridade para exigir participação em ordenanças fabricadas por ela. O Princípio Regulador do Governo Eclesiástico está por trás do Princípio Regulador do Culto. 

Exemplos de textos relevantes – Mt 28.18-20; 2 Co 1.24; Rm 14.7-9

b) Argumento a partir da Liberdade de Consciência (Ed Clowney o defende bem)

Breve descrição do argumento: É pecado induzir o povo a agir de modo contrário ao que eles creem que é correto. Além disso, Deus exige de nós que O adoremos somente como Ele revelou. Portanto, exigir que uma pessoa, no culto corporativo, faça algo que Deus não exigiu, força a pessoa a pecar contra sua consciência, ao fazê-la realizar o que ela não crê que Deus a chamou a praticar.

Exemplos de textos relevantes – Rm 14; 1 Co 8.4-13

c) Argumento a partir da Fé (John Owen apresenta convincentemente este argumento)

Breve descrição do argumento: Onde Deus não se revelou, nenhuma resposta de fé é possível, por definição. E, sem fé, é impossível agradar a Deus. Portanto, Deus não pode se agradar do culto que é infiel, isto é, o culto que não é uma resposta obediente à sua revelação.

Exemplos de textos relevantes – Rm 14.23; Hb 11.6 e todo o capítulo.

d) Argumento a partir da distância do Criador e da criatura (Calvino e Van Til caminham nesta direção em todos os seus escritos; e, curiosiamente, Barth também)

Breve descrição do argumento: Os caminhos e pensamentos de Deus estão acima dos nossos como os céus estão acima da terra. O que nos faz pensar que podemos penetrar o que agradaria a Deus?

Exemplo de textos relevantes – Is 40.12-14; Dt 29.29; Is 55.9; Pv 25.2.

e) Argumento a partir do caráter de Deus como zeloso

Breve descrição do argumento: O caráter de Deus como Deus zeloso é apresentado em textos que proíbem certas coisas (criar imagens) no culto a Deus. Assim, a proibição de criar imagens de escultura ou qualquer outra semelhança de algo no céu ou na terra fundamenta-se no caráter de Deus como Deus zeloso e, portanto, não fundamenta-se em alguma peculiaridade da aliança do Sinai.

Exemplos de textos relevantes – Ex 20.4-5; 34.14

f) Argumento a partir daquelas passagens onde a piedade é descrita como fazer exclusivamente o que Deus deseja

Breve descrição do argumento: Em muitas passagens, os ímpios são descritos não cumprindo o que é contraditório à vontade de Deus, mas o que está além de Sua vontade. Da mesma forma, os piedosos são descritos por seu temor diante da presença de Deus, ao fazer exclusivamente o que Deus deseja.

Exemplos de textos relevantes – Is 66.104; Dt 12.29-32; Lv 10.1-2; 1 Sm 13.8-15; 15.3-22

g) Argumento a partir da severidade dos castigos temporais infligidos sobre aqueles que oferecem a Deus culto diferente daquele que Ele prescreveu

Breve descrição do argumento: Há passagens em que as pessoas oferecem culto a Deus, em um desejo aparentemente bem-intencionado de agradá-lO, mas o fazem de alguma forma não prescrita por Deus, e Seu castigo sobre eles é severo.

Exemplo de textos relevantes – Lv 10.1-2; 1 Sm 13.8-15

h) Argumento a partir da tendência pecaminosa para a idolatria (Rm 1).

O argumento de Paulo em Romanos 1.19ss é que a raça humana, em sua revolta contra Deus, está “adorando e servindo a criatura em lugar do Criador”. Ademais, isso não se deve à ignorância, mas à corrupção moral: Tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. cf. Thomas E. Peck, Miscellanies, vol. I, p. 96-97: “O homem, portanto, é incompetente para imaginar modos de adoração porque ele não sabe que modos são mais bem adaptados para expressar a verdade ou as emoções que à verdade convém produzir”.

i) Argumento a partir da História da Igreja

Breve descrição do argumento: A história da igreja amplamente demonstra que criaturas caídas, deixadas a suas próprias maquinações, inevitavelmente produzem adoração que é ímpia. A Reforma em especial, como um movimento histórico, presta testemunho da corrupção que lentamente se infiltra no culto quando o culto não é regulado pela vontade revelada de Deus.



Para mais detalhes sobre O Princípio Regulador do Culto, veja:



O Princípio Regulador do Culto (1/2)
O Princípio Regulador do Culto (2/2)



Autor: T. David Gordon
Tradução: Josaías Jr
Via: Reforma21